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PROFILAXIA DAS OBSESSÕES

 

“Vai, e não peques mais.”

Jesus. (João, capítulo 8, versículo 11.)

Profilaxia é o conjunto de medidas preventivas que evitem o aparecimento de doenças.

No caso da obsessão — sendo esta doença da alma —, a profilaxia é de vital

importância.

Como vimos, existe a obsessão porque existe inferioridade em nós.

O atual estágio evolutivo do nosso planeta denota a precariedade das condições

espirituais do homem.

Tudo é feito para que o ser humano se torne cada vez mais materializado. Em nossa

sociedade, o indivíduo que deseja fugir aos parâmetros convencionados impostos pelo

materialismo, é tachado de louco ou idiota. Inverteram-se os valores, tornando-se muito

difícil a alguém destoar do que passou a ser a norma.

Todavia, isto é possível e deve ser desejado. E é o que incalculável número de pessoas

está tentando fazer em todos os quadrantes do globo. Buscam avidamente uma saída, uma

resposta. Desorientados, lançam-se de corpo e alma atrás de falsos profetas, que os

aglomeram em torno de crenças esdrúxulas. Quando não buscam outros derivativos nos

tóxicos, no álcool, etc. Poucos, porém, têm discernimento preciso para escolher o caminho

certo, que não lhes traga conseqüências funestas.

Sem embargo, o Espiritismo representa a porta que se abre, a descortinar esse caminho, que

não é privilégio dos espíritas, pois o Senhor tem meios de mostrá-los a todos os povos, a

todos os homens, de diferentes maneiras e gradações.

“Eu sou a porta”, disse Jesus. Este o rumo que se nos oferece.

Ë na mensagem de Amor trazida pelo Mestre que encontramos a nossa destinação. As

experiências amargas que temos tido no passado indicam-nos ser esse o único meio de

salvação. Salvação das moléstias da alma que se instalaram em nós.

Assim, a única profilaxia eficaz contra a obsessão é a do Evangelho. É praticar o bem e ser

bom.

Tal a rota que a Doutrina Espírita estabelece para nós, revivendo a moral evangélica, aquela

que reúne todas as formas de Amor capazes de nos imunizarem contra os vírus negativos,

livrando-nos de contrair novas doenças da alma.

 

 

O ANTÍDOTO

 

“Através do Evangelho, entretanto, encontramos o antídoto eficiente contra a sua

proliferação: o amor’ — Eurípedes Barsanulfo.

(Sementes de Vida Eterna, Autores Diversos, psicografia de Divaldo Pereira Franco,

capítulo 50.)

Realmente o amor — tal como o Cristo no-lo ensinou — é o único antídoto contra esse

mal que grassa de maneira tão avassaladora: a obsessão.

Assim como o corpo necessita respirar, alimentar-se e repousar, a necessidade

primordial do Espírito é o AMOR, para se ver curado das enfermidades que o prejudicam.

Quando aprendermos a amar sem reservas, desinteressadamente; quando conseguirmos

amar sem exigências, em completa doação; quando houver em nós o amor em toda a sua

plenitude, amor que se reparte por toda a Humanidade, então não haverá ódios e malquerenças,

guerras e disputas, desafetos e obsessores.

Somente um amor desse quilate conseguirá unir obsessores e obsidiados, terminando

com as vinditas, com os sofrimentos e as dívidas.

O Espiritismo veio conclamar-nos ao amor. Veio relembrar aos homens o real

significado desse sentimento sublimado que o Evangelho exprime.

Somos almas cansadas de erros e de sombras que vimos cultivando em sucessivas

encarnações. A Doutrina Espírita nos oferece meios para superar tudo isto e nos ensina que

o caminho é Jesus.

Se queremos o nosso aperfeiçoamento e o dos nossos semelhantes, se anelamos pela

melhoria do planeta em que vivemos, devemos começar agora a cultivar o amor em nós,

para reparti-lo com todos os seres humanos. Lembrando-nos de que esse aprendizado

começa no lar, com o parente difícil, com aqueles que nos fiscalizam, sejam eles

encarnados ou não, com o próximo mais próximo que, possivelmente, é o obsessor de

ontem, agora reencarnado bem perto de nós.

Por isto, o amor é o antídoto: porque ele nos possibilita a conquista daqueles a quem

devemos. E cicatriza todas as ulcerações existentes em nosso mundo interior.

E, assim, redimidos e renovados, estaremos livres para ir ao encontro do amanhã que não

tarda.

 

 

A DESOBSESSÃO NATURAL

 

“Aquele que encontrou Jesus já começou o processo de libertação interior e de

desobsessão natural.” — Eurípedes Barsanulfo.

(Sementes de Vida Eterna, Autores Diversos, psicografia de Divaldo Pereira Franco,

capítulo 50.)

Encontrar Jesus! Tal como Paulo de Tarso e Eurípedes Barsanulfo O encontraram.

Encontrar Jesus significa libertação. Libertação do passado, dos erros que nos aprisionam

como pesadas grilhetas. Libertação de nós mesmos.

Encontrar Jesus, realmente, significará mudança radical na intimidade do nosso ser. Será a

reforma interior definitiva — o nascimento de um homem novo, que veio finalmente à luz

dAquele que é a Luz do Mundo.

Essa, conforme afirma Eurípedes, a desobsessão natural.

Bem poucos encontraram Jesus em plenitude. A maioria de nós O estamos buscando ainda.

Entretanto, aquele que efetivamente encontrá-Lo ficará virtualmente transformado.

Identificação com o Cristo significa a eclosão do Amor verdadeiro.

Mas, o que se depreende é que nós estamos descobrindo, enxergando e sentindo o Cristo,

progressivamente. Lentamente a Sua presença vai sendo percebida em nosso coração. E o

Espiritismo veio contribuir de maneira decisiva para esse reencontro sublime, quando

tivermos atingido a plenitude da vivência cristã e espírita.

Que não desanimemos de tentar. Que não nos desviemos do caminho, porque já o tempo

escasseia. Importa manter acesa a chama da fé e a luz da esperança.

Embora os empeços na jornada, resultantes da nossa pouca evolução, tudo fazem, para nos

sustentar, os seres invisíveis que nos amam e que nos impelem a prosseguir. São os

eireneus do amor, que vêm nos apoiar e que aguardam a nossa ascensão.

Os sacrifícios que a luta hodierna nos impõem; a firmeza e a coragem de que devemos

revestir-nos para resistir às tentações das sombras; os pesados tributos de dor com que a

violência e a permissividade dos costumes nos oneram; o esforço titânico para lutar contra

as forças negativas, que vêm de fora para dentro e aquelas outras que se movem de dentro

para fora, representam para todos nós a arena dos sacrifícios onde fomos colocados para

testemunhar a nossa fidelidade ao Cristo.

Estamos na imensa arena do mundo, onde as lutas são acerbas

e os testemunhos, muita vez, cruciais.

Que a Doutrina Espírita, que nos ilumina a alma, possa realmente nos tornar iluminados, no

testemunho de fidelidade, de amor e de fé que formos capazes de oferecer.

Então, quando tudo terminar, quando se apagarem aos nossos olhos carnais as luzes do

mundo, que possamos abandonar o invólucro físico com a serenidade de quem perseverou

até o fim.

Nessa hora, sentiremos o Amor do Cristo a nos envolver e compreenderemos, por certo,

que conseguimos realizar alguma coisa no processo do aperfeiçoamento.

E, meditando no infinito que nos aguarda, recobraremos as energias para prosseguir na

jornada, que um dia nos conduzirá até Jesus.

 

Suely Caldas Schubert